Cachoeiro de Itapemirim, a capital secreta do mundo!

"Meu pequeno cachoeiro

Vivo só pensando em ti..."

Pois é, assim como o Roberto Carlos...há muito tempo pensei em Cachoeiro do Itapemirim. E enfim, o dia de conhecer a terra banhada pelo rio que leva o nome de uma empresa que fez história no transporte rodoviário de passageiros.

Mas vamos falar primeiro dessas terras dentre as serras onde nasceu o mais importante cantor e compositor brasileiro considerado pela revista Rolling Stone Brasil como o 6.º maior artista da história da música brasileira. 


Distante 139 km de Vitória, Cachoeiro é o quinto município mais populoso do estado do Espírito Santo e possuindo uma das maiores jazidas de mármore do Brasil. É responsável pelo abastecimento de 80% do mercado brasileiro de mármore. Não é a toa que é conhecida como a "Capital do Mármore e do Granito".

Mas a história da "Capital Secreta do Mundo" começa no ano de 1812. Neste ano, Francisco Alberto Rubim, donatário da capitania do Espírito Santo, foi incumbido de incrementar o povoamento por estas bandas. 

E nestas terras, entre as serras viviam os índios Puris. Não foram obstáculos aos desbravadores que ansiavam em encontrar ouro nas minas abertas nas regiões do Castelo. E entre 1820 e 1825, aconteceu a primeira expedição com o objetivo de explorar a região. Próximo ao obstáculo rural do encachoeiramento do rio Itapemirim, os poucos tropeiros que vinham do sertão paravam por ali e começaram a se acomodar por aqui, plantando suas lavouras.

O Governador Rubim fez construir à margem sul do rio o Quartel da Barca, que foi uma homenagem a Luiz Araújo - Conde da Barca, Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Guerra de Dom João VI. Com essa iniciativa os povoadores tiveram proteção contra as incursões dos índios Puris e Botocudos, que hostilizavam aqueles que percorriam a região à procura do ouro que os rios prometiam, ou até mesmo os lavradores que desejavam trabalhar a terra com plantação de cana-de-açúcar.

Vista panorâmica de Cachoeiro. Acervo IBGE. 

Também havia um patrulhamento realizado por pedestres, que descia do Cachoeiro até a Vila de Itapemirim, prosseguindo até o Quartel de Boa Vista, situado na barreira do Siri, em frente a Ilha das Andorinhas, regressando ao ponto de partida, alternando em sentido contrário com a patrulha do Quartel de Boa Vista. A patrulha de pedestre era construída por negros livres, comandada por um Alferes (nome dado a antigo militar, hoje equiparado a um 2º Tenente).

Os quartéis tiveram seus efetivos aumentados, e foi nos seus arredores que começou a formação dos primeiros núcleos populacionais com pequenas plantações de mandioca, bananeiras e cana-de-açúcar. A pesca e a caça davam condições fartas aos habitantes.

Começava a lenta penetração no território dos silvícolas para o domínio dos desbravadores. Os fazendeiros de Itapemirim começavam a estender suas propriedades pelas margens do rio, sendo que, onde hoje está plantada nossa cidade foram fazendas pertencentes, outrora, a alguns deles, entre os quais citamos Joaquim Marcelino da Silva Lima (Barão de Itapemirim), figura principal do sul do Estado naquela época, Manoel José Esteves de Lima, um português que criou cidades e povoações no sul do Estado.

No ano de 1856, a localidade passava a ser denominada como um distrito de Itapemirim. Nascia São Pedro de Cachoeiro de Itapemirim. O comércio ia se desenvolvendo com o surgimento de muitos estabelecimentos por ali.

Nos primórdios de Cachoeiro, isto é, em 1868, durante a época de seca, os canoeiros eram obrigados a levar pás e enxadas para irem abrindo caminho em valas. As viagens pelo rio Itapemirim levava entre quatro e até nove dias. São Pedro de Cachoeiro de Itapemirim já desfrutava de relativa autonomia, já sendo uma vila separada da cidade de Itapemirim.

Quando a Guerra do Paraguai chegou ao fim, um paranaense de Paranaguá se mudou para estas bandas após viver por um tempo em Vitória. Era o capitão Henrique Deslandes. Vendo o progresso da região, aquele movimento crescente de cargas e passageiros, ele peticionou junto ao Governo uma concessão a vapor do Rio Itapemirim, tendo firmado contrato com lei provincial de 1872.  

Mapa de 1878, constando a vila de Caxoeiro de Itapemirim. Acervo blog https://agenciaspostais.com.br/

O tempo foi passado, a vila crescendo e se desenvolvendo até que em 1889, Pedro deixou de acompanhar Cachoeiro do Itapemirim, pois agora ela deixava de ser uma vila e ser elevada a categoria de CIDADE com o nome que conhecemos até os dias de hoje: CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM.


E o século XX trazia mais alegrias para estas terras, dentre as serras...doce terra onde nasceu muita gente talentosa. 


E uma empresa que faz história. Mas isso é assunto para outro post!

Por Luiz Antonio Doria, com informações do Wikipedia e do IBGE.

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