A Santana de Parnaiba de Susana Dias

Bem-vindos a Santana de Parnaíba, viajantes.


Distante 42 km da capital paulista, a cidade tem um detalhe muito peculiar além de respirar história em meio ao burburinho da metrópole: A sua formação. 

Vamos a ela!

O ano era 1561...Mem de Sá era o terceiro governador-geral do Brasil.

O português Manuel Fernandes Ramos participava de uma expedição organizada por Mem de Sá, tio do fundador da cidade do Rio de Janeiro - Estácio de Sá, para explorar o sertão em busca de ouro e metais preciosos. E a expedição seguiu no sentido em direção ao Rio Tietê. 

E eles se estabeleceram as margens do Rio Tietê. E ergueram uma capela dedicada a Sto. Antonio, mas não vingou devida a estrutura precária e as enchentes que assolavam a região.

É aí que entra a figura de Susana Dias...


Pouco lembrada na história do Brasil, Susana Dias nasceu por volta de 1553 na capitania de São Vicente e era filha de Beatriz, uma indígena e Lopo Dias, um português. Susana era neta do cacique Tibiriçá, importante líder indígena tupiniquim dos primórdios da colonização portuguesa do Brasil. Era aliado dos portugueses e tem seu nome ligado aos eventos relacionados à fundação da atual cidade de São Paulo, em 1554.

Foto Leonardo Branco

No ano de 1580 ela fundou uma fazenda à beira do rio Tietê e levantou uma capela dedicada à Sant'Ana. E junto com seu filho, André Fernandes, ajudou a região a se desenvolver 
a vila, que no início era um importante ponto de partida do movimento das bandeiras, que exploravam o sertão com o duplo objetivo de capturar indígenas e descobrir metais preciosos. 



Praça Quatorze de Novembro

Nos séculos seguintes, passou a ser uma das principais áreas de mineração da capitania e núcleo exportador de mão-de-obra indígena. Isso se deve ao predomínio do uso da mão-de-obra indígena e da presença de famílias importantes, bem como a participação do padre Guilherme Pompeu de Almeida, que foi um grande financiador das bandeiras paulistas.


Marco da cidade na Praça da Bandeira

Em 1625 o município já havia se separado da Vila de São Paulo dos Campos de Piratininga. E enquanto a vila progredia, os filhos de Susana Dias seguiam caminhos que levariam seus nomes para a história: Baltasar Fernandes fundou a cidade de Sorocaba em 1654. Outro filho também bandeirante, Domingos Fernandes, fundou a cidade de Itu em 1610.


O século XX começava a despontar e o território da agora cidade de Santana de Paranaíba - nome que passou a adotar na década de 40 -  crescia com os distritos de Pirapora (criado em 1892), Barueri (1918), Cajamar (Antigo distrito de Águia Fria, criado em 1938). 

Os anos seguintes seriam de emancipações: Barueri passaria a ser cidade em 1948 e em 1959 Cajamar e Pirapora de Bom Jesus passariam a andar com as suas próprias pernas.




Andar pelo Centro Histórico da cidade nos faz considerar a história dos Bandeirantes e de como muitas cidades se formaram em função da busca por ouro e metais preciosos. Na entrada principal da cidade, a história desse movimento e da cidade é contada por meio do monumento aos Bandeirantes

O monumento tem 60 metros de comprimento e 20 metros de largura. Foi instalado no trevo que dá acesso ao Centro Histórico.

Cabe mencionar que de Santana do Parnaíba além dos municípios acima mencionados surgiu outro grande município: Jundiaí.

Mas isso é assunto para outro post (ou série de posts). Aguardem...

Como chegar


A cidade conta com muitas linhas de ônibus que ligam Santana de Parnaíba as cidades próximas como Barueri, Cajamar, Pirapora de Bom Jesus e São Paulo. Maiores informações poderá consultar no site da EMTU e da Viação Osasco

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Santa Maria Madalena, aconchegante, linda, carinhosa e deslumbrante!

As voltas que um ônibus dá: Divisa Mangaratiba x Centro (de Angra)

Itamarati de Minas: A “pedra branca” das Alterosas