O Palácio do Catete e os seus jardins – Parte I
Entre o Túnel Santa Bárbara e a Praia do Flamengo, temos o bairro do Catete. O bairro nasceu as margens do rio de mesmo nome e que acompanhava o Caminho do Catete. Também nesse mesmo caminho havia um braço do rio Carioca, que tinha como início o Cristo Redentor e chegava no Largo do Machado e na Praça José Alencar, de onde começava o rio Catete.
O Caminho virou rua, mas os rios foram aterrados. E é justamente no caminho no Catete que foi erguido um palácio: O Palácio das Águias, também conhecido como Palácio do Largo do Valdetaro ou…
…Palácio de Nova Friburgo, uma clara menção ao Barão de Nova Friburgo, o Sr. Antonio Clemente Pinto, que entre seus feitos de destaque estão a criação da Estrada de Ferro Cantagalo, que ligava Porto das Caixas a Cachoeiras de Macacu e posteriormente chegaria a Nova Friburgo e a Itaocara, às margens do Rio Paraíba do Sul.
Em 1869, o Barão e sua esposa faleceram e vinte anos depois, o Palácio foi vendido à Companhia do Grande Hotel Internacional e antes que fosse instalado um hotel neste, foi vendido ao maior acionista da Companhia, o conselheiro Francisco de Paula Mayrink.
Em 18 de abril de 1896, o Palácio foi adquirido pelo Governo Federal para sediar a Presidência da República, anteriormente instalada no Palácio do Itamaraty. Hoje o Palácio do Catete é o Museu da República, que se dedica a preservar o acervo e a história do Palácio e dos grandes acontecimentos que aqui ocorreram.
Concebido em estilo eclético, ele é resultado do trabalho de artistas estrangeiros de renome, como o arquiteto Gustav Waehneldt e os pintores Emil Bauch, Gastão Tassini e Mario Bragaldi.
Logo na entrada nos deparamos com algumas estátuas como a de Ubirajara e com o portão de ferro fundido em Jlsenburg am Harz, em 1864.
No Hall observamos a imponência das seis colunas de mármore que levam a escada principal. A escada é o eixo central do palácio, pois foi construídas em módulo pré-fabricados de ferro e foi umas das primeiras a serem utilizadas no país.
Mas antes vamos começar pelo Salão Ministerial, onde as importantes decisões foram tomadas em prol do país, como a posse de Deodoro da Fonseca e de Floriano Peixoto após a promulgação da primeira Constituição republicana, em 1891. Ato esse que está imortalizado em pintura de Aurélio de Figureiredo e que encontramos nesse salão.
Acima vemos a capela, onde os moradores do palácio se recolhiam para orações. Podemos ver o teto decorados por paíneis decorados pela figura dos apóstolos e duas telas reproduzindo A Transfiguração, do italiano renascentista Raphael Sanzio, e Imaculada Conceição, do espanhol barroco Bartolomé Murillo.
Quando o Palácio passou a ser sede da Presidência da República, a decoração foi conservada e a capela passou a ser utilizada como um espaço reservado a encontros particulares dos presidentes. No período republicano, só foi usada como capela no casamento da filha do presidente Rodrigues Alves e no velório do presidente Afonso Pena.
Entre a capela e o salão nobre, temos o Salão Azul – ou Salão Francês – que servia como um refúgio e apoio às recepções oferecidas no Palácio. Ele tem estilo Luiz XVI, como se vê nos ornatos do teto, nas molduras dos espelhos e nas sanefas. Mais tarde, as paredes receberam nova pintura com toques art-nouveau, adaptada à coloração pastel da sala.
E chegamos ao Salão Nobre, onde a vida social da família do Barão de Nova Friburgo se desenhava e se evidenciava. Na República Velha, o salão era usado para as mais importantes recepções da presidência como os festejos da posse. Para isso, foram feitas algumas alterações: Sobre os vãos das portas, foram incluídas as Armas da República em estuque. As demais composições foram mantidas.
E continuaremos no próximo post a contar mais sobre o Palácio do Catete. Até lá!
Texto e fotos de Luiz Antonio Doria
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