Rio – São Paulo: Ligada por estradas, pelos céus e trilhos

Por Luiz Antonio Doria

São duas cidades de grande influência e importância para a nação. Pessoas vem e vão entre Rio e São Paulo e para isso é necessário uma grande e complexa infraestrutura e oferta para atender a gigantesca demanda entre estas duas cidades. 

Peça publicitária do ano de 1959. Acervo https://www.aviacaocomercial.net/

Temos também a mencionar a Ponte Áerea Rio x São Paulo, hoje operada pelas empresas LATAM, Gol e Azul. Mas que antes eram operada por grandes como a VARIG, VASP e Cruzeiro.


Duas visões da Rodovia Presidente Dutra: ACIMA, altura da cidade de Nova Iguaçu (RJ). ABAIXO: Na altura da Região do Vale do Paraíba Paulista. Fotos de Luiz Antonio Doria.

Mas antes de falar como começou a operação desta que é a mais rentável e mais importante rota rodoviária e aérea do mercado brasileiro, temos de contar como surgiu a estrada que permite a locomoção de muitos cariocas para a terra da garoa e de muitos paulistas para a cidade maravilhosa.

https://web.archive.org/web/20150727054125/http://www.rdvetc.com/2014/rio-sao-paulo-ligada-por-estradas-e-trilhos/ 2/7

Washington Luis. Acervo Wikipedia

Antes da existência da Rodovia Presidente Dutra que conhecemos, foi aberta em 1928 pelo então presidente Washington Luiz a Estrada São Paulo – Rio, que saía da hoje Avenida Brasil até a atual BR-465, na altura de Campo Grande. 

Deste ponto cruzava o município de Nova Iguaçu até a ponte sob o Rio Guandu já adentrando em Seropédica, passando por todo o município até chegar na atual Presidente Dutra. Seguia o traçado da Dutra até o acesso da atual Rodovia RJ-139 passando pelo distrito rioclarense de Passa Três até a divisa com São Paulo.

Trajeto da SP-068, na altura do pórtico da cidade de Silveiras(SP). Foto de Luiz Antonio Doria.

Em São Paulo, segue o trajeto pela SP-068 passando pelos pelos municípios de Bananal, Arapeí, São José do Barreiro, Areias e Silveiras até o acesso a atual BR-116, onde ele passa até o acesso a SP-062, na altura de Guaratinguetá. Pela SP-062 ele segue por Guará, Aparecida, Roseira, Pindamonhangaba e Taubaté, voltando ao traçado da atual Presidente Dutra.

Na altura de São José dos Campos, a Rodovia adentrava pela região do Alto Tietê e fazia seus viajantes chegarem a São Paulo por meio do distrito de Itaim Paulista. Somente em 1951 é que a Rodovia Presidente Dutra foi inaugurada.


Acervo Jorge A. Ferreira Jr

Um detalhe muito interessante: No ano de 1908, um automobilista francês tentou fazer esse percurso. Levou 45 dias saindo do Rio a São Paulo. Quando a estrada foi inaugurada vinte anos depois, a viagem era feita em dez horas. Nos dias de hoje, seis horas – ou menos – separam Rio de “Sampa”. Mas antes da existência da São Paulo – Rio, as ferrovias eram o carro-chefe da nação.


Voltemos no tempo...Estamos em 1869, quando fazendeiros se uniram e constítuiram a Estrada de Ferro do Norte abrindo um ramal que saía do Brás 
pela São Paulo Railway (SPR) e seguiam até a Penha, no próprio estado (Não confundir com o bairro carioca da Penha). No ano de 1877, essa linha se encontrou – por meio de um ramal de bitola métrica – com a estação de Cachoeira Paulista da E.F. Dom Pedro II.




Houve grandes festejos e as cidades por onde a linha passava se desenvolveram e cresceram. Podemos destacar entre elas Cruzeiro, Lorena, Taubaté, Caçapava e São José dos Campos. Quem não passava por ela, eram denominadas “Cidades Mortas”.


O Império caiu, a República despontou...e a São Paulo Railway passou a se chamar Central do Brasil. E esta incorporou a já falida E. F. do Norte e em em 1896, com o propósito de alargar a bitola, unificou as duas linhas. O primeiro trecho ficou pronto em 1901 (Cachoeira-Taubaté) e o trecho todo em 1908.


Anos depois, a Estrada de Ferro Central do Brasil findava suas atividades e passou a fazer parte da Rede Ferroviária Federal S/A no ano de 1969. Mas 
teríamos nesse períodos trens cheios de luxo como o “Cruzeiro do Sul”, o “Trem Húngaro” e o “Trem de Prata”.

Mas isso é assunto para outro post.

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