O Bom Jardim do Sul de Minas
Bem-vindos a Bom Jardim de Minas, viajantes!
A cidade fica a 295 km de Belo Horizonte e bem próximo de algumas cidades do Sul Fluminense como Valença, Barra Mansa e Volta Redonda. O início de sua ocupação e posterior fundação começa no século XIII.
Manuel Arriaga resolveu fugir para o Córrego do Milho Branco e por lá instalou uma fazenda. No ano de 1790, Manuel Arriaga recebeu o também fazendeiro Antonio Correa de Lacerda e família e resolveram ampliar a fazenda que já se encontrava constítuida, procurando incentivar nela o cultivo em grande escala de gêneros alimentícios e a industrialização de transformação do que era produzido. A fazenda passou a ser denominada pela boa aparencia do jardim que ficava em frente a esta.
O tempo passou e em 1865, a fazenda virou arraial: Arraial do Senhor Bom Jesus do Bom Jardim, que virou distrito em 1891 pertencendo ao município de Aiuruoca e auto denominado "Bom Jardim". No ano de 1897, os trilhos da Viação Férrea Sapucaí chegaram a esta terra.
Era a ponta de linha do ramal que estava sendo construído desde Santa Rita do Jacutinga e era toda em pinho de riga, mas somente no início do século XX é que a linha foi prolongada até Livramento (hoje Liberdade) e deste ponto a linha seria unida a Encruzilhada (hoje Cruzília), onde chegava a linha que vinha de Soledade.
Os trens de Bom Jardim de Minas se encontravam também com a linha da Barra e um curto ramal que unia a estação à estação de Arantina, na linha-tronco. Até 1977, os trens de passageiros ainda circulavam pela linha, embora desde 1972, somente entre Aiuruoca e a própria Bom Jardim de Minas. No final de 1980, a estação foi totalmente destruída por um incêndio.
Mas antes deste incidente acontecer, já se iniciava a construção de um projeto ambicioso: a Ferrovia do Aço, que ligaria a região mineradora do Quadrilátero Ferrífero com a usinas siderúrgicas do estado do Rio de Janeiro e São Paulo.
A Ferrovia do Aço - conhecida como a "Ferrovia dos Mil Dias - nada mais era do que a concretização do velho projeto de uma linha especializada para transporte de minério de ferro que a Rede Mineira de Viação já havia recomendado em 1956, cujo ponto de partida era Jeceaba até um novo porto que seria construído em Angra dos Reis. Mas o destino final foi alterado para o Porto de Sepetiba, recém-implantado a época. Deste, apenas 320 quilômetros - entre Jeceaba (MG) e o distrito de Saudade, em Barra Mansa (RJ) - saíram do papel.
Um projeto avançado para a época, onde a engenharia nacional enfrentou grandes desafios para vencer o relevo acidentado que se apresentava. Apesar do apelido que é conhecido, a ferrovia foi concluída em cinco mil e noventa e oito dias, com várias paralisações durante o período de obras, alto custo de execução (US$ 2,5 bilhões) e muitas mudanças em seu projeto original.
Em 1989, ela foi inaugurada com locomotivas a diesel, apesar de todo o material disponível para se eletrificar a via estar armazenado em um galpão na cidade de Cruzeiro (SP). A opção pelo trem movido a diesel ocorreu em face do alto custo de implantação do plano original.
Hoje a Ferrovia do Aço é uma realidade e o pátio ferroviário da cidade é muito movimentado, ficando no ponto culminante de todo o traçado a 1.124 m de altitude. Até Barra Mansa a ferrovia segue em forte declive cruzando a Serra da Mantiqueira por longos túneis e viadutos. Dos vários túneis da Ferrovia do Aço, destaca-se o Túnel 46, apelidado de Tunelão, que é o maior túnel ferrovário da América do Sul com seus 8,6 km de extensão.
Bom Jardim de Minas se emancipou de Andrelândia em 1938 tendo em seu território o distrito-sede e o distrito de Taboão. Em 1943, foi criado em seu território o distrito de Arantina, que em 1962 obteve sua autonomia administrativa. Atualmente, sua economia gira em torno da agropecuária e da Ferrovia do Aço.
A cidade é cortada pelo Rio Grande, que nasce na Serra da Mantiqueira em Bocaina de Minas e banha também o estado de São Paulo. Considerado um rio de planalto percorre 1.360 km até encontrar o Rio Paranaíba no município de Carneirinho (MG), formando o Rio Paraná. A partir dos municípios de Claraval e Ibiraci, o rio forma a divisa natural do estado de Minas Gerais com São Paulo.
Por Luiz Antonio Doria e Jorge Ferreira Jr.
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