Biblotecando: O Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Bronte

Podemos resumir essa obra-prima de Emily Bronte - o único livro que ela escreveu - em três palavras: Paixão (ou amor), vingança e obsessão.

A paixão está na relação que existe entre Catherine Earnshaw e Heathcliff, um garoto de ascendência cigana adotado pelo Sr. Earnshaw, pai de Hindley e Catherine. Mas ao ser esnobado por Catherine, que optou por casar com Edgar Linton, a paixão, o amor dá lugar a uma desmedida obsessão por vingança contra os maus-tratos de Hindley e a desconsideração de Catherine. 

Notei o quão Catherine é inconstante em seus sentimentos, preterindo uma certa estabilidade social ao amor que nutria.

Após ter desaparecido em uma noite chuvosa, tendo seus sentimentos esnobados por Cathy, ele retorna e de um cavalariço da família Earnshaw passa a ser visto como um importante e rico senhor de posses. 

A partir desse ponto, sentimos uma reviravolta: Aquele que era humilhado passa a desejar de todas as formas humilhar e destratar. E confesso que começo a ter um sentimento de raiva por Heathcliff. 


E na passagem do tempo, o amor duela com o ódio do cigano que foi acolhido com tanto carinho pelo Sr. Earnshaw. E ao mesmo tempo sinto por aqueles que são levados ao olho do furacão da vingança dele. 
E ao mesmo tempo não entendo como Catherine por ainda nutrir algum sentimento por Heathcliff. Um amor que poderá custar a sua própria vida!

A mais conhecida é a de 1992, com Juliette Binoche e Ralph Fiennes, nos papéis de Catherine e Heathcliff.

E tudo isso contado com detalhes por alguém que testemunhou todos os fatos: Ellen Dean, a governanta do Morro dos Ventos Uivantes. Ao concluir esse livro, refleti sobre como o amor e o ódio duelam entre si em meio a temais tão atuais como a discriminação racial e de classes.

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