Nova Iguaçu: De Iguassu a Maxambomba
Por Luiz Antonio Doria.
Ela já chegou a ser maior do que é hoje, já foi conhecida como a cidade das laranjas e foi o ponto de partida para a formação de cinco municípios que compõem a Baixada Fluminense. Estamos falando de “UHU” Nova Iguaçu, uma das mais importantes cidades do estado do Rio de Janeiro.
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A “cidade perfume”, como a cidade ficou conhecida no período em que as laranjas eram o produto que dominava a economia, floresceu e cresceu depois de 1566, quando se verificou a existência de sesmarias, que contribuíram para a povoação e colonização desta região da Baixada Fluminense em torno dos rios, em especial, o rio Iguaçu. Nome apropriado pois, Iguaçu em tupi-guarani significa “grande quantidade de água”.
Com o intenso povoamento, surgiram algumas freguesias. Em especial, uma se destacava: A Freguesia de Nossa Senhora da Piedade de Iguaçu, que também era conhecida como Piedade do Iguaçú ou Nossa Senhora da Piedade do Caminho Velho, cuja fundação é de 1719.
A Freguesia de Nossa Senhora da Piedade de Iguassú
Não estranhem a grafia do nome “Iguassú”, pois assim era que se escrevia a época de sua fundação. O outro nome de Piedade do Iguaçu, Piedade do Caminho Velho, se deve ao fato de Garcia Rodrigues Paes Leme ter criado um caminho ligando Paraíba do Sul ao Porto de Pilar do Iguassú para escoar o ouro vindo das Minas Gerais e que antes enfrentava os perigos do Caminho de Paraty. Este ficou conhecido como o Caminho de Pilar, mais conhecido como Caminho Novo.
Mas logo depois, foram criados outros caminhos como a “Variante do Proença” e o Caminho Novo tornou-se o Caminho Velho em decorrência de alguns fatores e da redução do uso deste. Com o intenso movimento de tropeiros, Piedade do Iguassú foi crescendo e tornando-se o principal povoado da região. Mas tinha um pequeno problema: Dependia politicamente e administrativamente da cidade do Rio de Janeiro. Com a abertura da Estrada Real do Comércio, a freguesia cresceu ainda mais.
A Estrada Real do Comércio foi aberta para ligar Piedade do Iguaçu ao Porto de Ubá, subindo a Serra do Tinguá e margeando o rio Paraíba do Sul e dando a opção para seguir rumo a Minas Gerais e a Goiás. Vamos viajar por ela ainda nessa série…
Então, diante de tanto desenvolvimento e com as condições necessárias para que Piedade de Iguaçu se transformasse em um grande entreposto comercial, o que fazer?
Em 15 de junho de 1833, o Senador Vergueiro, em nome do príncipe regente Pedro II, assinou o decreto que criou a Vila de Iguaçu, tendo em seu território a freguesia-sede, Santo Antônio de Jacutinga (Mesquita), Nossa Senhora do Pilar, São João de Meriti e Nossa Senhora da Conceição do Marapicu (Queimados). Inicialmente, a Freguesia de Nossa Senhora da Piedade do Inhomirim também faria parte, contudo os moradores desse distrito não aceitaram a incorporação, especialmente devido à distância.
A Assembléia Legislativa da Província extinguiu Iguaçu em 1835, mas teve de restaurar e restaurar a autonomia de Iguaçu por meio de Lei provincial, sem Inhomirim. Pilar foi transferida para a recém-criada Vila de Estrela. E Iguaçu começou a trilhar seu caminho com seus próprios passos.
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A Vila de Iguassú tinha uma área de 1.305,47 quilômetros quadrados e era composto pelos distritos de Nossa Sra. do Pilar, São João de Meriti, Nossa Sra. da Jacutinga, Marapicu e o distrito-sede. Havia um quartel com uma cadeia anexa, cerca de cem casas, estabelecimentos comerciais e uma câmara de Vereadores. Mas o crescimento e progresso que causou a elevação de Iguaçu a vila também causou o declínio desta.
Mas isso é assunto para o próximo post!
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