O Palácio do Catete - Parte III

Nas duas primeiras partes dessa série (primeira parte e segunda parte), mostramos os aposentos do Palácio de Nova Friburgo, que pertenceu a Antonio Clemente Pinto, o Barão de Nova Friburgo (Confira a primeira e a segunda parte clicando nos números ordinais).

Depois ele passou as mãos do Grande Hotel Internacional e de seu maior acionista, o Conselheiro Francisco de Paula Mayrink. 



Prudente de Morais.

Durante a República Velha, no mandato de Prudente de Morais – exercido em carater interino pelo vice Manuel Vitorino, o Palácio foi adquirido pelo Governo Federal para sediar a Presidência da República, que antes usava as instalações do Palácio do Itamaraty.

De 1896 até 1960, quando a sede da Presidência da República foi para a recém criada capital do país, a cidade de Brasília, dezoito presidentes da república usaram os aposentos e a estrutura deste palácio. Mas todos estes, nenhum foi mais ilustre do que um certo gaúcho de São Borja.

GETÚLIO VARGAS, foi de líder da Revolução de 1930 a presidente do Estado Novo. E de presidente do Estado Novo a presidente eleito democraticamente pelo povo. O mais conhecido “inquilino” do Palácio do Catete. E um dos últimos…

Réplica do pijama que Getúlio Vargas usava no fatídico 24 de agosto de 1954. Ao lado deste, a arma que foi usada pelo presidente para dar “o primeiro passo no caminho da eternidade e entrar na História”

Foi aqui neste palácio que se deu um dos mais trágicos acontecimentos da história do Brasil: O presidente Getúlio Vargas, diante da pressão que sofria para renunciar ou para se afastar do cargo, se matou em seu quarto na madrugada do dia 24 de agosto de 1954.

E neste palácio a memória de seus feitos e de sua vida é lembrada por meio de uma exposição.

Mas nem tudo é tristeza neste palácio: Temos um belo jardim para apreciar!



Jardim esse que foi projetado pelo paisagista francês Auguste Marie Françoise Glaziou, 
que também trabalhou no jardim do Palácio São Clemente, em Nova Friburgo, também de propriedade do Barão.

Quando o Palácio passou para as mãos da Presidência da República, foi chamado seu discípulo, Paul Villon, que trabalhou com Glaziou na reforma do Campo da Aclamação, atual Praça da República (clique aqui e conheça os detalhes sobre a Praça da República).

Um antigo pavilhão do parque foi remodelado e virou coreto seguindo a tendência da época e também foram erguidas dependências para os mordomos e criados da presidência. atualmente residências de antigos funcionários e seus familiares. Ainda no parque, seriam adaptados um piquete de cavalaria e cocheiras, próximos à entrada da Praia do Flamengo, no local onde hoje é o prédio da Reserva Técnica do Museu.

As instalações elétricas foram uma novidade tecnológica a época: Para a supervisão dos trabalhos foi chamado o engenheiro Adolfo Aschoff, que construiu uma central elétrica num prédio com três pavimentos na lateral do terreno voltado para a atual Rua Ferreira Viana. A usina elétrica foi desativada restando apenas uma pequena estrutura próximo ao atual Museu do Folclore que já foi um ramal férreo para o bairro que posteriormente foi transformada em garagem presidencial.

Havia um embarcadouro na área do jardim voltada para a Praia do Flamengo, construído pelo Conselheiro Mayrink, para a atracação de seu iate.

Quando o Palácio se tornou sede do Governo Federal, este cais passou a ser de uso exclusivo da Presidência da República. Quando começou a se construir o Aterro do Flamengo na década de 60, foi posto abaixo o que restava deste.

O Palácio do Catete foi tombado em 1938 e em 1960, quando foi transformado em Museu da República, o jardim passou a ser disponibilizado para visitação pública.

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